Filha de Milton Gonçalves quebra o silêncio e revela detalhes desconhecidos da morte do ator: 'sofria'
Catarina Gonçalves, Filha de Milton Gonçalves, abriu o coração e entregou detalhes sobre a morte do pai, que aconteceu nesta última segunda-feira (30), aos 88 anos. Na oportunidade, Ela salientou que o pai teve uma morte calma e bonita, “sem dramas”.
A herdeira do ator e diretor que estava ao lado de Milton no momento de sua morte contou ao G1 que o pai vinha apresentando sinais de fadigas nos últimos meses. De acordo com ela, os sintomas são frutos de um problemas de saúde resultantes de um AVC sofrido em 2020.
“De uns meses para cá, ele começou a ficar muito cansado. O AVC foi tomando conta e ele apresentava alguns sinais, como a pressão baixando. Nos últimos dias, ele passou mal, mas nada de muito grave”, ressaltou.
Ainda no desabafo Catarina ainda disparou: “A morte dele foi muito calma, muito bonita. Eu estava ao lado dele e foi como se ele estivesse indo dormir. Foi muito calmo. Apesar dele ser um grande ator dramático, não teve nada de drama nesse momento. Foi muito calmo”.
“Eu tenho duas vias de legado que ele deixa. O primeiro legado do homem público, do artista, que sempre se posicionou, que nunca deixou passar nada sem ser dar opinião. Uma pessoa que sempre valorizou o estudo. Fica para as próximas gerações esse ensinamento. Da importância de se preparar, de ter fome de conhecimento. De nunca estar satisfeito e sempre correr atrás dos objetivos”, soltou.
Morte
Milton Gonçalves morreu hoje em sua residência no Rio de Janeiro. Segundo a família do ator, ele vinha enfrentando alguns problemas de saúde, desde que teve um acidente vascular cerebral (AVC) em 2020.
Na época, Milton ficou três meses no hospital e necessitou de aparelhos para respirar. Em decorrência disso, hoje infelizmente o ator não resistiu. Milton tinha 88 anos e faleceu por volta das 12h30 em sua casa. O anúncio de sua morte deixou fãs e amigos devastados e surpresos.
Milton Gonçalves é facilmente confundido com a história da televisão
Milton Gonçalves tem uma longa trajetória como ator e diretor. Pouco antes de iniciar sua carreira artística, porém, foi aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. Foi contratado pela TV Globo em 1965, com Célia Biar e Milton Carneiro, fez parte do primeiro elenco de atores da emissora. Nesse meio tempo, atuou e dirigiu mais de 40 novelas da emissora.
Dono de uma atuação marcante e uma presença cênica única, por isso, Milton é frequentemente lembrado por sua versatilidade e suas diversas personagens. Entre os mais marcantes de sua carreira na TV, estão o Professor Leão do infantil “Vila Sésamo” (1972), o Zelão das Asas, de “O Bem-Amado” (1973), e o médico Percival, de “Pecado Capital” (1975). Participou de grandes produções, como “Roque Santeiro” (1985), “Tenda dos Milagres” (1985), “As Noivas de Copacabana” (1992), “Agosto” (1993) e “Chiquinha Gonzaga” (1999).
Milton estreou como diretor na novela “Irmãos Coragem” (1970), de Janete Clair. Dirigiu também os primeiros capítulos da novela “Selva de Pedra” (1972) e “Escrava Isaura” (1976), das novelas mais vistas no mundo. Entretanto, o seu último trabalho na TV Globo, foi na minissérie “Se eu Fechar os Olhos Agora”, de 2019. Atualmente está no ar como Romildo Rosa, personagem aa novela “A Favorita” que está sendo reprisado no “Vale a Pena Ver de Novo”.
Milton Gonçalves um dos grandes ícones da TV brasileira
Milton soma em seu currículo feitos históricos. Um deles, apresentar o Emmy Internacional ao lado da também atriz Susan Sarandon. O único brasileiro da história a apresentar a premiação. Em 2006, Milton foi indicado a premiação de melhor ator, por sua personagem na novela Sinhá Moça.
Como resultado de sua grande atuação, Milton deixa um grande legado. E por isso, hoje acima de tudo, perdemos um dos maiores atores da TV, e um dos maiores nomes da luta racial no país. Simultaneamente estão de luto os fãs, os amigos, a arte e a luta antirracista.